O Mixed Martial Arts (MMA) tem sido um dos esportes que mais cresce no mundo nas últimas duas décadas. Com suas raízes em várias disciplinas de artes marciais, o MMA evoluiu para um esporte de combate popular que coloca lutadores de diferentes estilos uns contra os outros em uma jaula ou ringue.

Embora o MMA tenha sido tradicionalmente dominado por homens, a ascensão das mulheres no esporte foi um desenvolvimento notável nos últimos anos. Um dos fatos mais relevantes é que o UFC, principal organização do esporte, produz diversos eventos no ano aonde as mulheres estão presentes na luta principal da noite, com homens com coadjuvantes, fato raro, e talvez até inédito, no mundo esportivo. 

Breve história do MMA Feminino

A história das mulheres no MMA remonta à década de 1990, quando a participação feminina em esportes de combate se limitava ao kickboxing e ao boxe. No entanto, as lutadoras começaram a surgir no cenário do MMA no início dos anos 2000. Uma das primeiras lutadoras de MMA notáveis ​​foi Erica Montoya, que competiu na primeira luta feminina de MMA nos Estados Unidos em 2000.

UFC

Apesar da crescente presença de lutadoras no cenário do MMA, o Ultimate Fighting Championship (UFC), a maior e mais importante organização de MMA do mundo, recusou-se a incluir as divisões femininas em seu elenco. O presidente do UFC, Dana White, declarou que as mulheres nunca lutariam no UFC, afirmando que “não acho que as mulheres devam lutar no octógono”.

Essa postura levou o UFC a proibir as mulheres de competir na organização por anos. Enquanto as lutadoras continuaram a competir em organizações menores de MMA, não foi até 2013 que o UFC finalmente reverteu sua política e introduziu uma divisão feminina.

O momento decisivo veio quando Ronda Rousey, ex-judoca olímpica, assinou com o UFC em 2012. Rousey já havia se destacado na organização do Strikeforce, onde foi campeã peso-galo feminino. Com o poder de estrela e as habilidades inegáveis ​​de Rousey, o UFC finalmente reconheceu a comercialização e o talento das lutadoras e introduziu a divisão peso-galo feminino.

Ronda Rousey

A introdução das divisões femininas no UFC marcou uma virada para o esporte. O MMA feminino há muito é considerado um nicho e até uma novidade por muitos, mas o sucesso de Rousey e outras lutadoras provou que as mulheres podem competir nos níveis mais altos do MMA e obter o mesmo nível de respeito e reconhecimento de seus colegas masculinos.

Desde então, o MMA feminino experimentou uma ascensão meteórica, com inúmeras lutadoras se tornando nomes conhecidos e encabeçando grandes eventos. A introdução das divisões femininas também trouxe um novo nível de legitimidade ao esporte, com as lutadoras competindo nos níveis mais altos do MMA e conquistando o mesmo nível de respeito e reconhecimento que seus colegas masculinos.

Cris Cyborg

Cris Cyborg, também conhecida como Cristiane Justino, é considerada uma das figuras mais importantes do MMA feminino. Ela tem sido uma força dominante no esporte por mais de uma década, conquistando vários títulos de campeonato em várias organizações, como Strikeforce, Invicta FC e UFC.

O recorde impressionante de Cyborg inclui vitórias sobre alguns dos maiores nomes do MMA feminino, como Gina Carano, Holly Holm e Felicia Spencer. Seu poder de ataque e estilo de luta agressivo fizeram dela uma das lutadoras mais temidas do esporte.

Mas a importância de Cyborg no MMA feminino vai além de seu impressionante histórico e habilidades de luta. Ela tem sido uma pioneira para as mulheres nos esportes de combate, abrindo caminho para que outras lutadoras ganhem reconhecimento e oportunidades.

Amanda Nunes

Uma das lutadoras femininas mais dominantes na história do MMA é Amanda Nunes, que atualmente detém os títulos peso-galo e peso-pena feminino no UFC. Nunes tem se mostrado um oponente formidável, com vitórias sobre Ronda Rousey, Holly Holm e Cris Cyborg, entre outras. Ela é considerada por muitos como a maior lutadora de MMA de todos os tempos.

Legado

O sucesso das mulheres no MMA também teve um impacto profundo na cultura do esporte. Com a inclusão das categorias femininas, o MMA se tornou mais diversificado e inclusivo, atraindo um público mais amplo e quebrando barreiras de gênero. As lutadoras também se tornaram modelos para meninas e mulheres, provando que podem alcançar a grandeza em um campo dominado pelos homens.